É tão bom, tão
emocionante lembrar, falar do maior dos homens, do melhor dos pais. Meu
inesquecível pai: Raimundo Nonato de Sousa. “O Natim” Apelido carinhoso
colocado por sua querida e amada esposa Mosa. Minha querida, idolatrada e
também inesquecível mamãe.
Natim, pai, esposo, poeta, filosofo e escritor.
Filho de ex-escravo, agricultor e protestante. Nasceu no sertão de Itapajé no
meu querido Ceará. Quando menino já realizava coisas que hoje muitos adultos e
adolescentes são incapazes de realizar. Como auto alfabetizar-se sem nunca ter frequentado
uma sala de aula. E melhor, com uma simples cartilha de ABC e uma tabuada que
comprará com sacrifício. Pois seu pai não queria que ele estudasse. “Época em
que o trabalho no roçado e cuidar de animais eram mais importantes que o
estudo”. Persistente, insistente, pesquisador e sonhador. Com força de vontade,
perseverança, criatividade e curiosidade lia embaixo de sol quente no roçado enquanto
trabalhava na enchada. E a noite ao deitar, antes de adormecer. Começou unindo
as letras formando silabas, percebendo que a união das silabas formava palavras
e mais palavras, se motivou com as palavras que conseguia formar e começou a
criar frases. Começando assim a transmitir suas ideias, a contar
acontecimentos, muitas em estrofes. Sua Faculdade foi o roçado. As viagens de
burro e jumentos como caixeiro viajante, suas observações ao tempo, aos
acontecimentos que o modificava a todo o momento. Seu pensamento selecionou o
conhecimento do senso comum (o popular), desprezou o conhecimento teólogo
(dogmas e ilusões), aderiu o conhecimento filosófico (o raciocínio e a lógica),
e admirou o conhecimento cientifico e tecnológico. Incentivador da educação, da
aprendizagem, da sabedoria. Em seus comentários, versos e poesias abordavam
qualquer tema deste que tal tivesse repercussão municipal, nacional ou
internacional que, o motivasse e envolvesse a opinião publica. Tinha e nos
transmitiu valores e qualidades. O Amor a família era a essência fundamental e
primordial. Seu slogan jamais será esquecido: “Nós somos nós, depois de nós, é
nós de novo”. Ao se referi a humanidade, a sociedade em geral seu slogan era:
“Quem não serve para servir, não serve para viver”. Como meu deus, pai! Tu não
morreste.
És eterno... Morrerás quando eu morrer.
És eterno... Morrerás quando eu morrer.
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