segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

NATIM! Meu Eterno Pai, meu Poeta


É tão bom, tão emocionante lembrar, falar do maior dos homens, do melhor dos pais. Meu inesquecível pai: Raimundo Nonato de Sousa. “O Natim” Apelido carinhoso colocado por sua querida e amada esposa Mosa. Minha querida, idolatrada e também inesquecível mamãe. 
Natim, pai, esposo, poeta, filosofo e escritor. Filho de ex-escravo, agricultor e protestante. Nasceu no sertão de Itapajé no meu querido Ceará. Quando menino já realizava coisas que hoje muitos adultos e adolescentes são incapazes de realizar. Como auto alfabetizar-se sem nunca ter frequentado uma sala de aula. E melhor, com uma simples cartilha de ABC e uma tabuada que comprará com sacrifício. Pois seu pai não queria que ele estudasse. “Época em que o trabalho no roçado e cuidar de animais eram mais importantes que o estudo”. Persistente, insistente, pesquisador e sonhador. Com força de vontade, perseverança, criatividade e curiosidade  lia embaixo de sol quente no roçado enquanto trabalhava na enchada. E a noite ao deitar, antes de adormecer. Começou unindo as letras formando silabas, percebendo que a união das silabas formava palavras e mais palavras, se motivou com as palavras que conseguia formar e começou a criar frases. Começando assim a transmitir suas ideias, a contar acontecimentos, muitas em estrofes. Sua Faculdade foi o roçado. As viagens de burro e jumentos como caixeiro viajante, suas observações ao tempo, aos acontecimentos que o modificava a todo o momento. Seu pensamento selecionou o conhecimento do senso comum (o popular), desprezou o conhecimento teólogo (dogmas e ilusões), aderiu o conhecimento filosófico (o raciocínio e a lógica), e admirou o conhecimento cientifico e tecnológico. Incentivador da educação, da aprendizagem, da sabedoria. Em seus comentários, versos e poesias abordavam qualquer tema deste que tal tivesse repercussão municipal, nacional ou internacional que, o motivasse e envolvesse a opinião publica. Tinha e nos transmitiu valores e qualidades. O Amor a família era a essência fundamental e primordial. Seu slogan jamais será esquecido: “Nós somos nós, depois de nós, é nós de novo”. Ao se referi a humanidade, a sociedade em geral seu slogan era: “Quem não serve para servir, não serve para viver”. Como meu deus, pai! Tu não morreste. 
És eterno... Morrerás quando eu morrer.

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